OBAMA PERDIDO
Por Enéas de Souza
Vem uma notícia: jogo de gato e rato: o governo americano quer cortar o déficit que já se mostra assustador. Previsto para 1,3 trilhões, já tem gente que espera 2 trilhões. Quanto mais cresce o déficit, mais se aproxima uma crise monetária. Vem outra notícia: o governo não vai nacionalizar os bancos, mas está negociando com o Citi um aumento na participação acionária da entidade, que está fazendo água. Suas ações estão no calcanhar. Logo atrás negaceando, mas querendo socorro, vem o Bank of América. Os dois muitos grandes para quebrar, muito grandes para salvá-los. E o governo continua fazendo declarações contra a nacionalização... Já tem gente achando que a coisa vai ser como Fanny Mae e Freddy Mac: tudo está bem, não vamos intervir - e acabaram por intervir. É verdade que isto foi no tempo do Bush. Mas, olha só, outro ponto: a seguradora AIG está pedindo mais 60 bi de dólares ao Estado.
Vê-se que o governo está atrás dos barcos. Ou das bactérias. Pois estas estão avançando, vão ganhando espaço, se proliferando e o governo sem um plano firme de ataque. Um governo não se faz com boas intenções, um governo tem que ter claros e firmes propósitos, tem que tomar a iniciativa, tem que ter uma estratégia definida, cumpri-la, apenas variando as táticas. O objetivo final tem que estar lá, vivo, visível, nítido para as forças sociais. Faz assim para incorporar energia e angariar confiança. Mas, do jeito que a coisa aparece, do jeito que a bateria toca, a impressão que se tem é que não há estratégia, sobram apenas táticas. E elas, mudam com a cor e a música dos acontecimentos, sem ter um alvo a atingir, um caminho a percorrer. Olhando-se bem, o governo parece à mercê das pressões dos acontecimentos e dos atores econômicos.
Há uma hipótese de esperança, já que se gosta de ter esperança: que tudo seja uma grande manobra do governo, que tudo represente um gesto de dissimulação, que esteja em marcha um ardil para encarar os opositores no momento certo. Até pode ser, mas nada indica que esteja em campo a astúcia do mágico.
Por Enéas de Souza
Vem uma notícia: jogo de gato e rato: o governo americano quer cortar o déficit que já se mostra assustador. Previsto para 1,3 trilhões, já tem gente que espera 2 trilhões. Quanto mais cresce o déficit, mais se aproxima uma crise monetária. Vem outra notícia: o governo não vai nacionalizar os bancos, mas está negociando com o Citi um aumento na participação acionária da entidade, que está fazendo água. Suas ações estão no calcanhar. Logo atrás negaceando, mas querendo socorro, vem o Bank of América. Os dois muitos grandes para quebrar, muito grandes para salvá-los. E o governo continua fazendo declarações contra a nacionalização... Já tem gente achando que a coisa vai ser como Fanny Mae e Freddy Mac: tudo está bem, não vamos intervir - e acabaram por intervir. É verdade que isto foi no tempo do Bush. Mas, olha só, outro ponto: a seguradora AIG está pedindo mais 60 bi de dólares ao Estado.
Vê-se que o governo está atrás dos barcos. Ou das bactérias. Pois estas estão avançando, vão ganhando espaço, se proliferando e o governo sem um plano firme de ataque. Um governo não se faz com boas intenções, um governo tem que ter claros e firmes propósitos, tem que tomar a iniciativa, tem que ter uma estratégia definida, cumpri-la, apenas variando as táticas. O objetivo final tem que estar lá, vivo, visível, nítido para as forças sociais. Faz assim para incorporar energia e angariar confiança. Mas, do jeito que a coisa aparece, do jeito que a bateria toca, a impressão que se tem é que não há estratégia, sobram apenas táticas. E elas, mudam com a cor e a música dos acontecimentos, sem ter um alvo a atingir, um caminho a percorrer. Olhando-se bem, o governo parece à mercê das pressões dos acontecimentos e dos atores econômicos.
Há uma hipótese de esperança, já que se gosta de ter esperança: que tudo seja uma grande manobra do governo, que tudo represente um gesto de dissimulação, que esteja em marcha um ardil para encarar os opositores no momento certo. Até pode ser, mas nada indica que esteja em campo a astúcia do mágico.
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