Taleb ataca a distribuição de bônus aos banqueiros em sua coluna no Financial Times de hoje. Ele diz que os lucros presentes não são uma boa medida do desempenho de alguém como gestor e que, no setor financeiro, se pagava em realidade para quem assumia mais riscos. E que isso, via competição, levava à demissão dos "prudentes" e a recompensa aos aloucados. Grosso modo, o que Taleb está tacando é a formatação do processo conhecido como "governança corporativa", que funciona, seja para empresas financeiras quanto para empresas não financeiras, nesses moldes. O prêmio vai, como exigência dos acionistas, para aqueles que conseguem lucros no presente e distribuem fartos dividendos. São recompensados com a alta no valor das ações, mas em realidade, adotam políticas de saque às empresas.
Nesse mundo, eram os investidores e gerentes quem viviam do dinheiro das empresas e não o contrário. É interessante que já alertávamos para isso em 2003, comentando o papel da governança corporativa na fraude que se tornou clara com a quebra da bolha tecnológica nos EUA (ver link para artigo abaixo). Essa história se repetiu em proporções gigantescas na crise atual. Acabar com a hegemonia financeira passa por reformas profundas nessa relação entre proprietários e gerentes e, como as empresas estão sumetidas à competição e não podem individualmente corrigirem o rumo sem sofrerem as sanções dos "mercados", somente o Estado pode impor a mudança.
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