quinta-feira, fevereiro 19, 2009

O debate sobre controle de capitas

O debate sobre a necessidade de controle da entrada e da saída de capitais em países que não possuem uma moeda internacionalmente aceita (uma divisa) já deveria estar encerrado há muito tempo. As crises dos anos 1990 em "mercados emergentes" demonstraram à saciedade a necessidade desses controles. Diversos artigos e livros foram escritos sobre o tema, esse também foi parte central do livro que organizei conjuntamente com Carla Ferreira, o tema foi discutido à exaustão na academia e até no FMI, que recentemente, de forma constrangida, introduziu a esdrúxula idéia de "benefícios colaterais" para demonstrar a superioridade das aberturas financeiras patrocinadas pela instituição nos anos 1990 (uma vez que não conseguiram "provar" econometricamente uma melhor performance econômica dos países com conta de capital aberta ao longo do tempo, a forma foi apelar para a falácia dos "benefícios colaterais". Imaginem se fôssemos começar a computar todos os" malefícios colaterais" do livre comércio, da atuação das multinacionais, da liberdade de capitais, do capitalismo, por exemplo...).

Agora, no contexto da crise da Europa do Leste, mesmo economistas conservadores como W. Buiter reafirmam que a adoção de controles de capitais será tendência inevitável nos países em desenvolvimento, como atesta a conclusão de seu artigo de ontem sobre o tema:

"I predict that at least some of the emerging market countries of CEE and the CIS will impose capital controls before long. I recommend that emerging markets everywhere consider this option seriously."

E o Bacen, só acordará para o óbvio quando não houver mais tempo?


Link relacionado: http://blogs.ft.com/maverecon/2009/02/the-return-of-capital-controls/

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