Nenhum economista tem se destacado tanto na tentativa de manter a hegemonia financeira quanto Riardo Cballero, professor do MIT. O homem é uma verdadeira metralhadora giratória na criação de propostas que mantenham o atual status quo do sistema financeiro.
Nas últimas semanas foram duas: a criação de um seguro público integral sobre o valor dos ativos bancários (obviamente sobre o valor de face e sem exigir praticmente nada em troca) e, sem ter obtido a repercussão esperada, nesse final de semana o ataque veio sob a forma de propostas para a criação de uma bolha acionária artificial. A coisa funcionaria assim: o Estado se comprometeria com um piso de preço para as ações das principais (vejam que ele ainda fala claramente nas principais e não em todas...) instituições bancárias norte-americanas em valor não infeiror ao dobro daquele de mercado hoje (no decorrer do artigo ele chega a sugerir algo como 5 vees o valor atual), durante um período entre 5 e 10 anos. Isso levaria a uma retomada daconfiança privada no mercado acionário e na solvência dos bancos, o que os permitiria captar recursos privados novamente. A valoriação do mercado acionário traria um novo efeito-riqueza e a crise se resolveria assim, com a restauração da "confiança".
Trata-se de uma evidente peça de "financial fiction". O problema não está no valor de mercdo dos bancos e sim na valorização de seus ativos. Eu recomendaria fortemente a um acionista do Citibank a venda de suas ações por um valor 5 vees superior àquele posto pelo mercado hoje. Pelo simples fato de que, ao contrário do que insinua o artigo, a provável valorização "correta" (seja lá o que isso queira dier em um mercado especulativo por natureza) da instituição é mais próxima de zero do que de qualquer outro número. No fundo seria uma nova injeção pública de capital sem prejuío aos atuais acionistas. As tentativas anteriores já fracassaram e começo a duvidar que o professor saiba o motivo...
Na contramão, editorial do NYTimes desse domingo tenta preparar o espírito do público para uma provável nacionaliação da principais instituições bancárias do país, chamando essa de "solução menos pior". A nacionalização é iminente. Será suficiente?
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