sexta-feira, março 06, 2009

A queda da GE... e Myron Scholes agora também é keynesiano!

O tema dessa semana nas rodas "especulativas" dos EUA foi a queda abrupta nas ações da GE, e , especialmente, sua ligação com o mercado de Credit Default Swaps da companhia, o quel vem apresentando números que indicam uma probabilidade indicada pelo "mercado" de aproximadamente 20% da empresa vir a não pagar seus compromissos ainda nesse ano.

O que estaria por trás dessa movimentação seria uma interação perversa entre os mercados de CDS e acionário: os vendedores de segurança contra a possibilidade de default da GE (vendedores de CDS sobre a GE) se protegeriam com posições short nos mercados futuros de ações da GE, apostando na queda das ações. assim, caso tivessem que pagar de um lado com o default da empresas, receberiam de outro pela aposta corrreta na queda dos preços da ações. Caso o default não ocorra, eles embolsam mais de 20% do valor do contrato do CDS e pagam pelo possível aumento no preço das açõs da empresa. Obviamente, o objetivo é minimizar o risco da operação de garantir a dívida da empresa.
Essa espiral especulativa pode levar o valor da empresa a zero. É urgente, portanto, regular o mercado de US$ 700 trilhões nocionais (alguns falam em US 1 quatrilhão, mais uma vez ninguém sabe ao certo) envolvidos em derivativos de balcão. Vale a pena dar uma olhada na entrevista de Myron Scholes, o prêmio Nobel em Economia que criou a fórmula de cálculo do valor de uma opção e depois, em 1998, quase quebrou a economia mundial ao fracassar com seu fundo hedge ultra-alavancado, o LTCM. Conta a lenda que, no auge da fortuna, ele reunia os colegas para férias em campos de golfe na Inglaterra onde se disputavam corridas espetaculares de lesma (é, isso aí mesmo: lesmas corredoras!) com apostas entre eles avaliadas em centenas de milhares de dólares. Legal, né?
Pois o gênio em qustão agora diz que é hora de "ajustar contas" para liquidar de vez os contratos existentes e "recomeçar com novas regras" (que medo!). E que o paradoxo da desalavancagem mencionado por Keynes está ocorrendo: se todos tentam desalavancar ao mesmo tempo, o percentual alvancado permanece o mesmo! Keynes revive em Chicago, essa é mais uma da série "pensar o impensável".
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