Um painel no Congresso norte-americano hoje pressionou os representantes do Financial Accounting Standards Board (FASB) para que divulguem, em três semanas, novas regras que facilitem a contabilidade dos ativos ilíquidos pelas instituições financeiras.
As regras atuais de marcação pelo valor presente de mercado são pró-ciclícas, ou seja, expandem o balanço dos bancos quando os ativos estão ganhando valor, mas os reduzem nos momentos de crise como o atual. a idéia, no momneto, não passa pela suspensão da marcação à mercado mas sim por regras que viabilizem uma "flexibilização" da forma como são contabilizados os ativos do setor financeiro. Uma mudança nesse sentido foi preconizada ontem pelo chairman do FED.
Dependendo da extensão e do prazo que for concedido para essa flexibilização, o alívio para os balanços dos bancos norte-americanos pode ser considerável, ainda mais em um momento no qual o valor dos ativos não pára de cair e que novos problemas como a inadimplência do setor corporativo e os defaults nas hipotecas dos imóveis comerciais devem se somar às perdas anteriores. Entretanto, a médio prazo essa medida pode contribuir para a criação de um sistema financeiro zumbi, com grandes passivos não totalmente conhecidos. Não há dúvida que essa pode se constituir na grande vitória do sistema financeiro atual, que ganharia o tempo necessário para sua recuperação, mesmo permanecendo desacreditado.
Algo me diz que o avanço das ações nos EUA hoje tem muito mais a ver com essa possibilidade de mudanças nas regras contábeis do que com os motivos aparentemente ventilados.
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