segunda-feira, março 09, 2009

Guerra comerciais e financeiras estão iniciando... e os mercados de capitais ainda têm muito a cair.

Como já era previsto, diversas iniciativas ao redor do mundo tentam porteger mercados, bancos e empregos da concorrência estrangeira.  Embora a retórica anti-protecionista esteja em todos os discursos, os fatos não sustentam essa tese. E não vai adiantar nada dizer que com o protecionismo todos perdem. Está na lógica dos governos protegerem os capitais e os cidadãos de seu país. A globalização era defendida por que promovia os interesses dos capitais dos paises mais ricos. Agora, a roda girou e  a palavra vai, aos poucos e na prática, virando palavrão. Muita gente não entende que a lógica do capital se sobrepõe às vontades retóricas dos governos e por isso acredita que o livre-comércio e investimento (direto e em portfolio) persisitirão. Eles estão errados. Bykere e Ziemba mostram claramente a diferença entre intenção e atos em sua postagem de hoje no RGE Monitor. O que eles talvez não entendam é que não é surpreendente que assim seja e que, simplesmente, na hora do salve-se quem puder, não pode ser diferente. Quanta ingenuidade...

Roubini, por sua vez, ataca novamente com mais uma análise "cheia de dedos" na qual deixa entrever que o pior ainda está por vir, utilizando para iso as recentese quedas nas bolsa de valores. Ou seja, dados os problemas remanescentes nas economias norte-americana, européia e asiática, o desempenho do mercado de capitais esse ano vai ser tão catastrófico quanto foi no ano passado (já havíamos falado alo nesse esentido em fevereiro). Não vai ocorrer, já está ocorrendo. E pensar que hoje  ainda vi na televisão um analista (não me lembro de qual instituição)  acreditando em valorização do real nesse contexto internacional de crise aguda. Vale a mesma ideia: quanta ingenuidade... Sinto pena de quem acredita, sinceramente.

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Um comentário:

Anônimo disse...

Scherer,
É verdade que a lógica do capital se sobrepõe a vontades retóricas dos governos. Como essa é a hora da política, evitar o protecionismo é algo que só pode vir por decisão dos governos. A manutenção de um comércio multi-lateral livre é, nesse momento, uma das questões cruciais para delinear o desdobramento da crise (sendo a outra a nacionalização do SF EUA). Penso que essa rejeição do protecionismo deveria ocorrer no interesse dos povos nacionais. Veremos como se saem Obama, Lula e os outros líderes na reunião próxima do G-20. Para mim, isso não é jogo jogado.
Abração, Ronaldo Herrlein Jr.