quinta-feira, maio 14, 2009

A retomada chinesa e os preços das commodities

Em realidade, o único país que tem apresentado alguns sinais convincentes de recuperação da economia é a China. Entretanto, essa recuperação terá dificuldades em se sustentar. Ela é resultado quase exclusivo dos estímulos fiscais e monetários do governos chinês, mas, segundo Buitter entre outros, não afeta a questão básica: quais mudanças podem, de forma continuada, voltar à dinâmica e à estrutura da economia chinesa para seu mercado interno? Isso leva tempo, e ainda não está mesmo em execução. Visto de fora, dá a impressão que, para a as autoridades chinesas, a crise dos países desenvolvidos e dos EUA em particular, é uma crise de resolução relativamente rápida. 

Ou seja, a economia está estimulada pelo governo, mas isso resulta em uma superprodução de bens que não tem demanda, nem na China nem em outros países.  Exemplo é a intervenção de hoje ho mercado de aço, com o governos cortando o crédito às empresas que têm elevado sua produção muito acima da capacidade de demanda. O sinal de alerta nesse mesmo setor veio com a elevação da importação de minério de ferro, considerada excessiva pelas autoridades locais.  Se estima que a demanda por aço deva cair 5% em 2009. 

Ou seja, aqueles que esperam uma retomada permanente nos preços das commodities com base em um progressivo aumento da demanda chinesa, provavelmente estão errados. A crise é longa e o país que pode dar - quando ocorrer - elementos concretos de uma recuperação econômica ainda são so EUA.


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