Pois é, começou a cair a ficha... ao menos para os japoneses do banco Nomura, hehehe (ver último link abaixo do post) Um dia depois do anúncio de medidas que fogem ao cardápio utilizado nos últimos doze anos (frente à possibilidade de elevação da inflação, sobem os juros e, com isso, os gastos do governo e o rendimento dos aplicadores em renda fixa; o câmbio se aprecia e a inflação cai; em detrimento dos exportadores do país; como consequencia o déficit externo se aprofunda e vivemos felizes para sempre) já há vozes alertando para o que realmente isso significa: a determinação do futuro governo em reduzir as taxas reais de juros e em utilizar, para isso, vasto cardápio de intervenções na economia disponível.
Não há determinação "se a taxa de câmbio não valorizar, haverá inflação" - e aqui poderia citar tantas outras - dado que as possibilidades de política econômica são... infinitas! Isso mesmo, infinitas, quando se entra no campo de intervenções pontuais... e o governo Dilma parece disposto a seguir esse caminho. Por exemplo, as metas de inflação passarão a ser definidas por um índice que exclua a variação dos preços voláteis e sazonais (a chamada core inflation, que orienta a política monetária do FED), muito influenciados pelo ultra-especulativo mercado internacional de commodities, dando um folguinha a mais para a manutenção ou queda dos juros nominais. Era óbvio que o novo governo faria qualquer coisa para derrubar as taxas de juros, as taxas de juros reais elevadas sepultam toda a estratégia neo-desnvolvimentista do governo Dilma (ver http://econobrasil.blogspot.com/2010/12/governo-dilma-ampliacao-do.html ).
Os rentistas que se beneficiaram dos juros reais elevadíssimos nos últimos 30 anos não vão gostar nem um pouquinho da novidade. Vem chumbo grosso por aí, pois agora vai começar a tocar no bolso e é aí que o bicho pega.
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