No último dia 24 de novembro fizemos um painel sobre economia brasileira bastante interessante no auditório da FEE. Quem lá esteve, me ouviu dizer, entre outras coisas, que há um projeto de unificar a política econômica brasileira sem o contrapeso ortodoxo que representava o Banco Central de Meirelles. E, que para impedir tanto o aumento da inflação quanto um desequilíbrio fatal nas contas externas, o governo lançaria mão tanto do protecionismo seletivo (aumentando as tarifas de importação de alguns produtos) quanto de medidas de intervenção discricionária no mercado de crédito. Isso evitaria uma expansão acelerada do consumo, especialmente de bens duráveis, sem necessidade de elevações abruptas dos juros (ao contrário, os juros reais devem cair no próximo governo, essa é a base da política que se vislumbra). Isso foi dito na FEE como detalhamento ao último slide da palestra.
Dez dias depois, a coisa já está em pleno andamento. O que são as medidas que dificultam a possibilidade de refinanciamento dos saldos de cartões de crédito e a medida de hoje, de limitar o prazo de financiamento dos automóveis, senão medidas de limitação discricionária do crédito? E a medida de elevar o compulsório dos bancos, não se trata de restringir e encarecer o crédito sem elevar as taxas de juros que o governo paga para rolar a dívida interna?
Soube antes quem estava na FEE dia 24. E, posso garantir, não era nenhuma informação privilegiada de fontes governamentais ou bola de cristal. Essas medidas são só as primeiras, o andar da carruagem irá exigir muito mais do governo. Vai funcionar? Depende, em grande parte, do cenário externo. Como foi descrito na mesma apresentação.
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