O iFHC reuniu toda a plumagem nessa quinta-feira para um seminário intitulado "Transição incompleta e os destinos da (macro) economia brasileira". Nome pomposo para mais uma demonstração pública do autismo que vem caracterizando o partido de FHC após nove anos de ausência do poder. Não que seja surpreendente. Dentro dele, seus diagnósticos sobre o Brasil e o Mundo já primavam por frases de efeito sem sentido ou aderência com a realidade ("o preço do dólar se forma do mesmo modo que o preço da banana"; "nós não merecemos a punição que o mercado está nos impondo porque somos bons alunos", etc...); mas agora há uma superação da forçação de barra subserviente ao mercado financeiro que lhe é própria, agravada pela emergência da crise financeira mundial de 2007.
No referido seminário, além da sempre presente proposição de que o "Estado gasta muito e gasta mal", uma bobagem que tentam introjetar no cérebro dos desavisados pela repetição incessante à la Goebbels, e que "por isso os juros são elevados"; ainda se disse que "a crise financeira mundial explicitou os limites do Estado de bem estar social promovido por meio do gasto público". É até difícil comentar proposições que colocam os "progressistas" tucanos brasileiros em posição alinhada ao Tea Party, aos conservadores fiscais da BCE "alemã" e aos articulistas mais conservadores do Telegraph, jornal anti-europeu londrino. Ou seja, àqueles que têm se caracterizado por tentar jogar todo o peso da crise sobre os funcionários públicos, os aposentados e os mais pobres, condenando os gastos sociais como desperdício e louvando o "salvamento" do sistema financeiro tentando se eximir de pagar os custos.
Mas, tentando ser breve, alguns questionamentos se impõem:
- quem "administrou" mal os recursos que lhes foram confiados, foi o Estado ou o"eficiente" sistema financeiro privado?
- quem deixou vários trilhões de rombo que tiveram de ser absorvidos pelos Estados, nos EUA e na Europa, deixando em situação terrível os cofres daqueles países no momento em que a crise econômica dificulta a manutenção ou o aumento da receita fiscal?
Dizer que a crise financeira expõe os limites do welfare state é dizer que a população tem de ser punida pela imprudência e ganância dos financistas. Explicitar isso como uma tentativa de compreender a realidade contemporânea é, além de faticamente incorreto, um alinhamento completo com as forças que desejam aproveitar a crise para forçar a redução de direitos dos trabalhadores a fim de que se coloque mais água no moinho do sistema financeiro. O que terá como resultado apenas a postergação e o agravamento futuro da crise, como vimos dizendo nesse blog junto com o Enéas.
O lado bom é que com interpretações e programas como esses discutidos nesse seminário, a chance desse pessoal voltar ao poder no Brasil está cada vez mais reduzida. O lado ruim é que caso essa infelicidade ocorresse, a população brasileira estaria muito mal parada. Fiquemos com o lado bom.
Mas, tentando ser breve, alguns questionamentos se impõem:
- quem "administrou" mal os recursos que lhes foram confiados, foi o Estado ou o"eficiente" sistema financeiro privado?
- quem deixou vários trilhões de rombo que tiveram de ser absorvidos pelos Estados, nos EUA e na Europa, deixando em situação terrível os cofres daqueles países no momento em que a crise econômica dificulta a manutenção ou o aumento da receita fiscal?
Dizer que a crise financeira expõe os limites do welfare state é dizer que a população tem de ser punida pela imprudência e ganância dos financistas. Explicitar isso como uma tentativa de compreender a realidade contemporânea é, além de faticamente incorreto, um alinhamento completo com as forças que desejam aproveitar a crise para forçar a redução de direitos dos trabalhadores a fim de que se coloque mais água no moinho do sistema financeiro. O que terá como resultado apenas a postergação e o agravamento futuro da crise, como vimos dizendo nesse blog junto com o Enéas.
O lado bom é que com interpretações e programas como esses discutidos nesse seminário, a chance desse pessoal voltar ao poder no Brasil está cada vez mais reduzida. O lado ruim é que caso essa infelicidade ocorresse, a população brasileira estaria muito mal parada. Fiquemos com o lado bom.
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