Satyajit Das, o especialista em risco e derivativos financeiros, coloca muito bem as coisas. Em primeiro lugar, lembra que "problema pequeno" e "está contido" foram expressões ouvidas quando eclodiu o problema do subprime em 2007. O fim nós ainda nem conhecemos... Essas expressões voltam à tona nesse momento com a crise fiscal grega e podem postergar ainda mais que se conheça o fim dessa história. Em segundo lugar, o autor raciocina, com propriedade, que o caminho menos custoso para o povo grego é o default em sua dívida e o abandono ao euro. Manter-se no euro e aceitar os termos do resgate proposto pela Europa e pelo FMI significará aumentar em mais de 50% o endividamento do país, situação já insustentável. E, mantendo-se no euro, a competitividade internacional da economia grega não será recuperada, pois apenas uma grande desvalorização de sua moeda pode ajudar nesse caminho. Mas o mais interessante é que esse custoso resgate em realidade beneficia principalmente credores estrangeiros... Ora, confrontados à realidade da ameaça de não-pagamento estes terão de aceitar substanciais reduções no valor de face da dívida em questão. A Grécia, falida, só tem a ganhar se declarar ao mundo essa condição. Já para a Europa, pode ser o início da dissolução...
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