Está em armação mais uma grande farra financeira que, mais dia menos dia, vai acabar estourando nas mão do Estado. Trata-se da tão falada mudança na regulação que limita a alocação de mais de 58% (já é um absurdo completo) das carteiras de ativos dos fundos de pensão brasileiros em renda variável. As repercussões são profundas.
A rentabilidade dos fundos vem sendo cada vez mais pressionada pela queda da SELIC, uma vez que cerca de 60% dos seus ativos estão alocados em títulos públicos. Diante disso, se torna cada vez mais difícil atingir o rendimento de 6% + inflação anual ao qual os gestores se propõem. Começa então uma pressão para aumentar a parcela da renda variável nas carteiras do fundos, supostamente portadoras de uma potencial maior rentabilidade. Isso pode provocar um deslocamento de parte dos ativos alocados em títulos públicos para a renda variável, colocando maior pressão sobre as possibilidades de financiamento do governo e, portanto, limitando as quedas na taxa de juros, o que é de interesse do sistema financeiro (inclusive bancário) como um todo. ao mesmo tempo, a manobra é portadora de criação potencial de maior demanda de ações na bolsa brasileira, capaz portanto de mover o mercado para o alto. No curto prazo, todos felizes. Até que essa corrente da felicidade seja quebrada, e que, nesse dia, o Estado seja chamado a intervir para cobrir parte do furo.... quem viver, verá!
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