Uma pequeníssima nota: não faz nenhum sentido examinar as condições da economia italiana, sua relação dívida/PIB, a maturidade de sua dívida pública... Nada disso faz sentido porque NÃO EXISTE CRISE FINANCEIRA ITALIANA E SIM CRISE FINANCEIRA MUNDIAL, a qual, nesse momento, tem um dos seus centros de contágio na Europa. Sim, a Itália pode fazer quanto ajustes fiscais e reduções de despesas públicas quiser E AINDA ASSIM ENTRAR EM DÉFAULT de sua dívida! É um problema de contágio, de mimetismo, de "miopia financeira" e não de "fundamentos".
Sem financiamento, sem jogo. E pior, com fuga de capitais, o que acontece? O problema "micro" é que a dificuldade em encontrar um mínimo consenso na UE em relação a quem perde e como no setor bancário privado europeu está levando a uma situação de fuga de depósitos bancários nos últimos dias. Isso aparece nas quedas do M1 em diversos países como a Itália... e a França! E no aumento dos depósitos bancários na... Suíça, o que tem levado o franco suíço a uma valorização record frente ao euro. As taxas do interbancário europeu estão variando nervosamente nos últimos dias, mostrando que os bancos grandes estão escolhendo seletivamente para quem vão dar funding.
Nesse contexto, pensar isoladamente em crise grega, crise portuguesa, crise espanhola, crise italiana é simplesmente não compreender NADA dos mecanismos de contágio financeiro em operação na Europa, é pensar com cabeça de "agência de rating", de investidorzinho rastaquera... Os fundamentos da Alemanha são ótimos, mas nem esse país está a salvo do contágio europeu, que possui facetas múltiplas e mecanismos variados.
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