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Conofrme noticia publicada no Financial Times de 01/09, Frederic Mishkin, Fed Governor, pensa ser possível uma saída à la Greenspan para a crise global de crédito.
Focalizando essencialmente os EUA, o que é normal em se tratando de um economista do Fed, F. Mishkin defendeu, no encerramento do encontro em Jackson Hole - onde entre uma caminhada em montanhas pedregosas e um jantar regado aos melhores vinhos os principais economistas dos EUA encerram o verão à cada ano - uma resposta monetária agressiva aos efeitos que a queda nos preços residenciais nos EUA podem ter sobre o crescimento (leia-se consumo) da economia norte-americana. segundo o argumento, existe um tempo suficientemente grande entre a queda nos preços dos imóeis e seu reflexo sobre o consumo para que uma redução da taxa de juros possa surtir efeito.
Segundo o economista, as inovações financeiras e a "criatividade" dos gestores de fundos, conjuntamente com a desregulamentação, prmitiram a expansão do crédito, com o aprofundamento do sistema financeiro sendo "vital" para o sucesso econômico a longo prazo, embora o truncamento das informações possa representar instabilidade à curto prazo. Traduzindo: Mishkin acredita que uma resposta imediata e suficientemente grande em termos de redução das taxas de juros podem fazer com que a máquina do endividamento norte-americano continue girando, com o consumo puxado pela expansão do crédito continuando a dinamizar a economia.
Subjacente a essa saída, que minimizaria os efeitos da queda do preço dos imóveis sobre o crescimento econômico, encontra-se a formação de uma nova bolha especulativa. Trata-se da tentativa de repetição do mecanismo utilizado por Greenspan para impedir que o estouro da bolha da Nasdaq tivesse uma repercussão forte sobre a economis dos EUA. Formou-se assij a bolha imobiliária, que agora termina com a o desiflar do preço ds imóveis.
Interessante é que o mesmo Mishkin lembrou que nas experiências anteriores a bolha não se formou no setor imobiliário e que o Fed não tem experiência a esse respeito...
Pessoalmente, eu acredito que uma forma de minimizar os efeitos da queda dos preços dos imóveis é baixar os juros e que isso nãotrará grandes repercussões sobre o valor do dólar, ao contrário, poderia até mesmo, na medida em que fosse entendido com a possibilidade de um maior crescimento na economia norte-americana, acabar valorizando o dólar... Obviamente teríamos o deslocamento da riqueza financeira para uma nova bolha, provavelmente no preço das ações, com novo efeito riqueza e mais consumo... nada de novo no front, seria uma resposta á la Greenspan: não resolve nada, mas o mundo gira no mesmo sentido por mais um tempo até um novo estouro que encontrará as fundações ainda mais abaladas, mas, quem acredita que o futuro existe ou importa para o mundo financeiro especulativo?
Em compensação, uma resposta tímida da economia à redução agressiva dos juros levaria à ineficácia da política monetária e, provavelmente, a uma recessão deflacionista, o pior dos mundos para o Fed. Notar que o estado da confiança entre os agentes no mercado financeiro é muito ruim no momento, os problemas com commercial papers se mantém grandes, o mercado de crédito corporativo está ainda fechado com mais de US$ 300 bilhões de acordos em papéis invendáveis prontos para ingressar no balanço dos bancos, mais de 2000 fundos hedge com perdas elevadas em agosto (ativos totais no valor de US$ 1,5 trilhão), aproximadamente 150 mortgage lenders já fechados, várias famílias sendo despejadas...
Voltamos à discussão: trata-se de uma crise de insolvência ou liquidez? Em caso de crise de liquidez, a abordagem de Miskin, caso adotada, funcionará... Se for insolvência, tese para a qual existem sobejas evidências e defensores inclusive em órgãos do governo norte-americano - sendo matriz teórica inclusive da recente e tímida proposta de ajuda do Bush ao setor imobiliário - poderemos ter inclusive uma agravamento do processo e a rápida perda de uma das armas que o Fed teria ao seu dispor.
Vamos ver se Bernanke tem coragem de apostar tão alto quanto Mishkin propõe...
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