segunda-feira, março 23, 2009

Segunda-feira, 23 de março de 2009

A GALINHA DOS OVOS DE OURO
Por Enéas de Souza



1) A crise não será resolvida enquanto não houver uma estratégia geral de solução da economia mundial. A meu ver, só os Estados Unidos terão essa possibilidade.

2) Os Estados Unidos ainda não tem um plano global. Até agora, as finanças parecem decididas a fazer algo assim: tirar os títulos podres do balanço e possibilitam uma capitalização dos bancos. Sempre variações em torno do “bad bank/good bank”. É resolver para continuar tudo como estava. Vai adiantar?

3) O Obama, via Lawrence Summers, pretende fazer um relançamento estatal da economia americana e mundial. Porque o maior multiplicador de investimentos é o investimento público.

4) Há que preparar a economia para o crédito. Sim, é necessário rearranjar os bancos para poderem emprestar e não ficarem grudados na preferência pela liquidez. Mas, é preciso, por outro lado, que existam corporações para tomarem os empréstimos. Ou seja, a economia produtiva tem que recomeçar a funcionar.

5) O plano de relançamento da economia deve visar às obras públicas, porque ampliam a absorção do desemprego. Estes projetos devem também atuar sobre alguns suportes do emprego, como saúde, transporte, educação, etc.

6) A questão creditícia deve levar em conta as questões das relações internacionais, as relações entre os países. Porque deve haver um sistema fluente de liquidação das dividas internacionais do comércio corrente. Os Bancos Centrais tem que concertar uma forma do crédito duradoura e de liquidações de contas que funcionem sem atropelos.

7) Quando é que as finanças vão se constituir de novo em um apoio ao setor produtivo, quando nos últimos tempos, a esfera financeira ficou voltada praticamente para a especulação?

8) O Estado não deve mudar sua estrutura, para tornar mais unitária a sua ação? Não se trata de re-introduzir a política econômica e o planejamento para se adequar à mudança da hegemonia da economia para a economia produtiva? A política econômica e o planejamento foram coisas que o capitalismo financeiro derrubou fortemente, transformando a regulação, não em uma desregulação, mas numa completa ausência de regulação. Uma desordem absoluta. Aliás, vimos agora, o que a desalavancagem está mostrando, um caos completo na economia financeira e produtiva.

9) O movimento anti-capitalista terá forças para propor uma teoria, uma estratégia e uma prática capaz de serem uma força importante no jogo nacional e internacional?

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