quinta-feira, abril 09, 2009

Pensar o impensável: o fim da independência do Banco Central da Islândia

Os Bancos Centrais nunca são independentes. A noção de independência do banco central é tão válida quanto o é aquela de uma cobertura "neutra" de parte da imprensa de qualquer evento. É uma impossibilidade prática, Quando se fala em independência do banco central, isso é um eufemismo para torná-los menos influenciados politicamente pelos governos... mas a contrapartida é uma influência maior dos"mercados", ou seja, dos bancos regulados (dos maiores deles, para ser mais preciso). É ideologia e poder político e financeiro travestidos em teoria econômica (má teoria, aliás, que deu naquilo que estamos assistindo agora). Em outra seara, o presodente Lula ontem tomou medoda exemplar e necessária, demitindo o recalcitrante presidente do Banco do Brasil que não queria baixar o spreado bancário. O Eneás tem um artigo exemplar e demolidor sobre esse besteirol de independência dos bancos centrais no livro "O Brasil frente à ditadura do capital financeiro" que eu organizei junto com a Carla.
A Islãndia era reconhecidamente um dos países politicamente mais influenciadospor essasidéias absurdas. Com a crise, o país do gelo derreteu. Agora, é o primeiro a renunciar a essa falácia. Por lá, maior poder ao mercado financeiro frente ao Estado virou palavrão. Gato escaldado tem medo de água fria. Sinal dos tempos.
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