quinta-feira, novembro 26, 2009

CRISE FINANCEIRA MUNDIAL: Dubai or not Dubai?

Dubai é um paraíso artificial muito ao gosto - duvidoso - de nossa modernidade "pós-moderna". O maior shopping center, o maior hotel e a maior praia onde só havia areia e os dejetos humanos eram devidamente "tratados" por bodes e camelos à guisa de limpeza urbana nos anos 1960. Toda a diversão atrai as grandes "celebridades" mundiais e locais. Quem não conhce Dubai nada viu ou não se divertiu. Não tem "tempo" para tanto ou tem o mau gosto de não gostar do "maior hotel 20 estrelas do mundo".
Eu me incluo nas duas categorias, particularmente: não tenho grana para a brincadeira, mas se tivesse não acharia tão interessante me banhar num falso oásis a 300 metros de altura em algum andar intermediário de um hotel com 110 andares... enfim, o que seria da humanidade e do capitalismo que gira a roda da fortuna sem os imbecis que pagam por tantas emoções?
Digressões à parte, Dubai e seu fundo soberano (se confundem as coisas por lá) estão ameaçando promover um default de mais de US$ 60 bilhões devido a maus investimentos realizados no setor imobiliário norte-americano e europeu. Era tudo o que precisava um sistema financeiro internacional falsamente saneado após março de 2009. Qual o potencial desse estrago se a notícia se confirmar? Não se sabe, mas ela "abala a confiança" na recuperação potencial das economias do mundo desenvolvido e promove movimentos desordenados na alocação dos ativos financeiros em sua incessante arbitragem risco/retorno. Os "mercados" se tornam voláteis e as previsões de uma recuperação "ampla e gradual, mas segura", vão para o saco. Os contágios que daí podem suceder são imprevisíveis , mas a turma do "deixa disso" deve estar a postos e entrar em campo a partir de amanhã. A nuvem financeira entra novamente em estado de tormenta, mas é provável que apenas gotículas d'água caiam no momento.
O problema é que de gota em gota o balde entorna e que a nuvem financeira existe. Como provado na crise financeira de 2007, a segmentação estanque dos mercados financeiros é como Dubai: uma miragem no deserto.

Nenhum comentário: